segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Falta
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Ciranda
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Mais uma dos novos tempos
Seja alguém.
sábado, 24 de setembro de 2011
AMOS
sábado, 2 de julho de 2011
Auto-auto-ajuda
terça-feira, 28 de junho de 2011
Amanheceu
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Manhã clichê, conto repetido.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Até o teto tá de ponta-cabeça
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Conto perdido
sábado, 30 de abril de 2011
Poucas "ls"
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Ludicidades, neologismos, solidão e unidade
Outro dia estava lembrando umas brincadeiras que fazia quando era pequena, brincava de ser mãe, de cozinhar, brincava de sereia e de professora. Nunca quis ser rainha de nada, e sempre me virei muito bem sozinha. Mãe solteira, chef cozinha independente, sereia que ultrapassa uma "passagem" para o mundo humano que eu mesma fazia batendo com força as pernas na água, professora de cadeira vazias. Para os outros eu gostava de me exibir dançando. O curioso é que não sei cozinhar, não vou para o fundo do mar e me recuso a inventar um jeito de proibir um filho seja lá do que for. E a dança? Haha, isso nem comento. Só que me lembrei dessas brincadeiras não pára descobrir se ainda sou o que era quando criança lembrei por lembrar como eu era feliz sozinha, como eu não tinha medo de me perder no meu mundo, na minha cabeça, nas minhas idéias, na imaginação. Hoje tenho pavor.
(Também temo da sensação dolorosa de não acreditar em ninguém, de não conhecer ninguém, não entender ninguém. Isso é ser sozinho; pensar que os outros são meras continuações de mim? Isso é solidão, pensando assim existo sozinha. Só não quero me perder no assunto. Deixe-me continuar.)
Nas minhas brincadeiras nunca fui rainha, nem nunca quis ser. Nunca me vestia para o príncipe encantado, nem pensava nisso. Esperei crescer para me candidatar, esperei crescer para não chegar nem no primeiro degrau, nunca me aproximei do trono. Depois de grande a gente resolve brincar de sofrer, e sofre como se tudo fosse tão real. Sentimos dores que nos grudam na vida, que fazem com que nossas brincadeiras infantis pareçam sonhos, mentiras, um monte debobagens. Bobagem é viver e achar que isso que é o real. Bobagem é esquecer-se do teatro e fingir que somos e não que encenamos. Sem ensaio, sem roteiro, tal como minhas brincadeiras de criança.
Deixo aqui uma saudade de algo que nunca se separa de mim, eu mesma. A menina criança não morreu, nem ficou pra trás, nem mudou juntos com minhas formas. A criança não fica em algum lugar do passado, nem nas fotos, nem nas lembranças. Eu sou a mesma que dava aulas para cadeiras vazias, a mesma que sabia ser a melhor mãe do mundo? Sou e não consigo aceitar, insisto e perder-me por aí, em amadurecer qualquer coisa que não se amadurece. Sexo, dinheiro, profissão, e a morte no final, sempre no final.
Amanhã quando acordar vou brincar de alguma coisa, dessa vez sem pensar que pensam que minto em ser essa que sou.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
O circo
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Casamento
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Engasgo de certeza
domingo, 3 de abril de 2011
A carona
" Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead "
sexta-feira, 18 de março de 2011
Repostagem
SÁBADO, 5 DE ABRIL DE 2008
Noite dos mascarados
" - Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...
- Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar"
Chico Buarque
E assim foi a noite inteira uma eterna apresentação. Dentre os tantos esbarrões que atrapalhavam os beijos e os confetes que grudavam nas costas tão bonitas daquela moça, Ele podia jurar que se não fosse carnaval se casaria com ela, mas pra evitar o que sempre temeu achou melhor nem perguntar seu nome, só continuar dançando e respondendo suas perguntas. Agora, ela ... se espantou com a cantoria tão antiga para um rapaz tão novo. Se encantou com mãos tão bonitas e dança a toda hora. Me deixa ir, pedia. Os dois queriam pular entre aquela multidão fantasiada, se entrelaçar pelas serpentinas, sentir o gosto das drogas que ali se serve discretamente. E ao mesmo tempo queriam se encontrar a cada três passos. " Vou ali ", " Fico aqui", Corrida para o banheiro. Ele realmente voltou e ela esperou. Não que no caminho não tenha promovido outras mulheres a suas atuais amantes, nem que ela na dor da espera não tenha se consolado com outros. Foi como o tal casamento evitado. Amor bandido de carnaval. Amor bandido de todos os dias. Do cotidiano mesmo, feito em uma noite, pulo a pulo, sem perder nem um sorriso e evitando as lágrimas. Lágrimas só as que ele pintou, faziam parte de uma metade do seu palhaço.
Um palhaço e uma boneca. Exatamente o que eram por fora e por dentro. Para que lavar o rosto? Para que tirar aquela mascara tão bonita que pintaram no plano exato de procurar seus pares. Assim foi até o salão ficar vazio e abrigar apenas os recém casados daquela noite, os amantes fugidos e alguns solitos que se afogaram na bebida.
Paula Clapp
" Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal ... "
Chico Buarque