sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

se assim como eu
você tem medo do amor
escape do silêncio compartilhado
fuja do não querer ir embora
evite rir demais junto
calma com as coisas em comum
faça tudo
mas não deixa de tentar
escapar
fugir
acalmar demais a vida
pode ser perigoso


é que amar errado
ou amar certo
sempre causa cíumes
causa saudade
causa pouca liberdade

então
nada de sentir-se bem
escolha logo outra pessoa
que satisfaça qualquer meia coisa
que trepe qualquer meia vida
que tope mais te amar
do que ser amado

seja feliz
não deixe o silêncio te trazer novidades.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O que se gasta em vinho
Mais ainda o que se gasta em poema
Não se gasta em vida
No jogo de tanto quero
Tudo que tanto faz
O que fica pra depois
É que agora se defaz

Amanhã começa igual
Transformando corpo em papel
Dobradura interminavél
Corpo maleável

Que me queima
Treina
Até depois


Um dia esse poema não vale mais nada.
Se ela soubesse o que fazer
Com meu descaso
Meus cachos
Passado de amor

Se ela soubesse me venderia
Num despacho
Qualquer caso
História de amor

Se ela tivesse uma vida passada
Caberia num copo
Repleto de lágrimas
Me daria adeus

Se ela se
Se eu quem sabe
Se nós dois amanhã
Se não fosse natal
Se poesia fosse beijo
Se letra fosse história
Saudade seria solução


...
Uma vez eu pensei
Que ele sentia saudades de mim
Hoje eu sei
Que ele sente
Sorriso carente
Mentira que eu prezo

Se você pudesse
Iria comigo
Para Tiradentes
Florianópolis
Ou qualquer lugar sem sentido

São tantas as outras
São poucas e boas
Que você usa para me disfarçar
Para mim
Para você
Para o mundo

Etâ corações gigantes
Que se encontraram
Se encantaram
Se compuseram
E desfizarem

Vida que não deixar enganar
Sorriso que não deixo passar
Saudade que mata
Única e simples rua
Que nos une
E nos separa

Ah! Sorriso maroto
Que finge ser muitos outros
Que não me engana
E me quer
Se quer
Me quer
Se quer
Te quer
Que vai

Foi...

Foi...

Foi...



O mais dificil
É que se não vou bem pra mim
Não vou bem pra ninguém
Imagina só pra você
Tão cheio de tempo
Tão cheio de regras
Grudado no relógio

O problema é que
Se não fomos desde sempre
Se não consumimos o perder
Do primeiro encontro
Ainda temos muito pra gastar
E como fazer isso
Se nosso tempo passou?

Cabe a nós
Deixar passar
Deixar correr
Contar que venha
A mentira de outra
A vontade de outra
A verdade de mais tarde

Segura seu coração
Daí
Que eu seguro o meu
Daqui
Contorna nossa mentira
Refaz nossa história
Eu
Cansei de tudo isso...
Tão bela
Vai me contornando
Desenhando
Saudando
Mas por favor
Espera o carnaval passar

Tão charmosa
Vai ajeitando o cabelo
Dançando
Riscando o chão
Mas por favor
No próximo carnaval
Me deixa rodar

Cheia de sorriso
Brilho pra todos os lados
Recrebrando
Me fazendo tremer
Mas eu resisto
É que sabe como é
Ainda falta o carnaval chegar

Sem medo de mim
Sem tempo pra mim
Tão bela
Tão sincera
Tão
Tão tão

E agora que chegou
Preciso dizer que
Não vejo a hora
Do carnaval terminar

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Volto muitas vezes
Ao mesmo lugar
Com diferentes pessoas
Janela amarela
Tempo que corre devagar

Sorriso de paz
Sono profundo
Não ouso mudar de posição
Um lento amanhecer
Deixo tudo para depois

Mais um segundo se foi
Não quero perder nenhum suspiro seu
Não deixo escapar nenhuma elevação do seu peito
A manhã se vai
Não ouso me mover

Chega hora do almoço
Seus olhos abrem em camera lenta
Janela bate forte com o vento
Você se assuta
Nos olhamos
Eu sei que devo ir


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O convite quase certo
De algum momento completo
Nos falta saber perder
Aquilo que só vemos depois
Nos falta saber crer
Que o estar já valeu

Os nós quase sempre incertos
Quase sempre cegos
Os nós dos quais nos esquivamos
Bravamente
Enfrentamos bravamente
O mar, os nós e o depois.

Desamarrar e gritar
Desnudar o impossível do amor
Desfiando fio por fio
Dando um nó
Desfazendo outro
Gritamos por liberdade
E por amor

Enquanto a liberdade e o amor vão e vem
Se alternando ou se unindo
Uma dança bonita que aparece
Faz com que os momentos guardem
O melhor do desejo
Faz com que os momentos salvem
Toda nossa força
Nossa força ao mar

Para quem viu e para quem viveu
As coisas boas do momento
Porque os nós vêm de outras maneiras
Os nós vêm de outros marinheiros.


O meu corpo apronta
E pulsa tão forte
Que quase se escuta
Do outro lado do mundo

O meu corpo se apronta
Ajeita o quadril
Aconchega no peito
Pique- esconde de boca

O meu corpo aponta
Pra mais dura decisão
Do ponto cego
Que é o futuro

O meu corpo te aponta
Contando da mais dura sensação
Do mais cruel dos momentos
Em que não havia nada a fazer


14/dezembro/2013
Espio suas mãos para ter certeza
De que assim como todas as outras
Passarão

Espio seu sorriso
Penso no que desejo
E logo desfaço

Acompanho sua mão
Ela desliza e procura a minha
Eu escapo

Não será diferente porque é com a gente
Não será menos quente
Nem menos transformador
Vai durar o tempo da liberdade

Espio sua cintura
Deslizo minha canela na sua

Espio quando você espia
Deslizo pro lado
Adoeço

Adolesço
Acontece que a tua pele
Acontece que mais ainda o teu beijo
Acontece que aconteceu
Acontece que eu transformo tudo
Só para lembrar

Transformo tudo para não ter que lembrar
De beijos silenciosos
Do toque tímido da mãos
Da voz no ouvido
E da certeza que nos encerrava
Enquanto ainda éramos

Assim eu deixo que fique
Na conta do medo
Nas linhas do impossível
No castanho dos seus olhos
Eu deixo que acabe
Na notícia do ciúme que sinto

Do amor que você dá pro mundo
O que poderia
Se
De repente
O que
Se não fosse
Agora
Toda vez que
Nunca
Se houvesse
Quando
Se pudesse
Sempre
Se não fosse
Antes
Se não existisse
.
.
.
Sempre

Saudade
Avante
Vontade
Tratante
Momento
Transeunte


Um nunca
Que sempre
Abre
Fecha
Deixa
Sem nem ao menos
Ter sido


17 de dezembro 2013