sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

more than songs can say.

Procurei decorar todos os detalhes, dos quatro cantos. As lembraças ficaram embaçadas como se eu estivesse no fundo de uma piscina, lágrimas que não pingavam, ficaram contidas enquanto eu olhava bem para onde não queria estar nunca mais. O colorido que fica bem organizado por uma das paredes, tudo que não sei nomear, algumas das minhas coisas espalhadas. Além das imagens decorei o som, o cheiro, sua presença e as ausências que lhe perseguem.
Existe um tempo certo. Por isso me levantei, coloquei meu sapato e arrisquei levar seu casaco para o frio que poderia estar fazendo. Quem não sente falta de nada, não iria sentir do casaco. Quase no silêncio total uma gota desceu pelo canto do nariz e tudo aquilo que não controlo me fez sentar na ponta da cadeira, perto da porta. Quase voltei, quase fiz qualquer barulho para chamar atenção. Lembrei do tempo, lembrei que não é tão difícil assim.

Agora tudo parece calmo. Vazio e tranquilo. Deixei tudo que eu tinha pelo caminho. Agora vou parar com tudo, não vou mais buscar essas fotos que mostram o quanto nos perdemos, o quanto não somos mais nada. Ainda tenho as dores do dia que abandonei a minha mesma. Sinceramente prefiro as dores de abandonar você. Não porque eu quero. Só não há mais lágrimas, nem força. A última escorreu pelo rosto, não fiz barulho. Prefiro te deixar sonhando.

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