segunda-feira, 12 de agosto de 2013

3

Tem gente querendo furar o muro.
Gente fazendo curva no caminho.
Talvez não durma mais.
E precise voltar pra casa.
Sem motivo me desminto.
E sem pensar me encolho.

Encolho meu peito para abri-lo.
Arrasto um pé depois do outro.
Sinto ciúmes para ver se esqueço do amor.
Viro de lado, recuo e toco em você.

Invento um outro que não quero.
Aceito o abandono e todas as minhas histórias
Assim, quem sabe, eu vá embora antes
Eu erre antes
E como sempre
deixe de de amar para continuar amando.

De repente alguém me embola
E de repente alguém me enrola
Talvez eu queira muito ir
E talvez seja impossível
Sem motivo te olho seguidas vezes
E sem motivo algum sei exatamente o que queria te dizer.

A vontade de falar vem da incapacidade de poder dizer.
Não sei o que se passa.
Não sou capaz de repetir certeza alguma.
 Tremo, abaixo o tom, sinto uma bagunça.
Desespero sem motivo,
problemas inventados,
caminhos impossíveis.
Não me importo mais
e sei o que dizer.
No entanto, não digo.

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